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domingo, 26 de junho de 2011

JESUS E A PROSTITUTA‏

JESUS E A PROSTITUTA‏


 Por toda a Jerusalém, os seguidores de Jesus, dantes entusiasmados com sua doutrina de amor, esquivavam-se temerosos da própria situação. Na mente de todos, uma só indagação ecoava, retumbando o mais profundo desalento: “Por que, Senhor? Por quê?”
            Três dias se passaram até que a notícia gloriosa percorreu toda a cidade: Maria de Magdala havia visto o Senhor!
            Em breve tempo, o angustiante silêncio fez-se em grande algazarra!
            O falatório eclodiu com força. Opiniões sucediam-se itempestivas. Desencontro de informações gerava nova inquietude no ar.
            A grande alegria da volta de Jesus misturava-se à reprimenda e à dúvida de muitos:
            - “Mas como? O Senhor voltou da casa da morte para se mostrar a uma mulher reconhecidamente de má vida? Como pode ser isto? Como aceitar semelhante acontecimento sem reservas? Por que razão misteriosa Jesus escolhera Maria de Magdala para dar a notícia da ressurreição? Poderia a Boa Nova da vida eterna vir ao mundo pela boca de uma prostituta?”
            Os ânimos se exaltavam.
            Em breve, novos acontecimentos incendiaram os corações:
            - “Onde estaria o corpo de Jesus?  Que teria sido feito dos despojos sagrados do Cristo?”
            Em casa de Maria Marcos, a contenda também se instalara. Diversos amigos e seguidores do Nazareno ali acorriam em busca de notícias novas, sabedores de que Maria de Nazareth lá estava.
            A serena Senhora atendia a todos com bondade e paciência.
            No íntimo, rejubilava-se com a notícia de Maria de Magdala, compreendendo-lhe o sublime alcance. Nem uma sombra de dúvida lhe enevoou o pensamento lúcido.
            Seu coração não se enganava.
            Seu filho adorodo, Jesus, o Cristo de Deus, voltara da morte para o testemunho supremo da vida eterna.
            A morte fora vencida para sempre na face da Terra.
            Tinha grande alegria no coração ao sentir a verdade nas palavras de Madalena.
            Sabia que aquela aparição de Jesus converter-se-ia em grande ensinamento para todos quantos se lhe aproximassem da mensagem de verdade e vida.
            Madalena representaria para o mundo a quebra de todas as aparências e de todos os enganos.
            As exterioridades do mundo dariam lugar às realidades do espirito.
            A outrora pecadora perante os olhos do mundo converter-se-ia na mensageira da redenção.
            Todos eram convocados à renovação espiritual com o Cristo, não importando jamais os erros e as culpas de enganos passados.
            Maria meditava a grandeza da mensagem de seu Filho, que retornava do Além para a alegria de todos.
            Enfim, compreendera que a mensagem do Evangelho era a grande notícia da vitória espiritual do homem sobre si mesmo, pela redenção final do espírito, em alegria, amor e luz!
            Tudo isto entendera o coração magnânimo de Maria.
            Contudo, o ambiente em torno estava turvo nas águas da discórdia.
            Os próprios discípulos mais diretos do Cristo não aceitavam a presença de Maria Madalena entre eles.
            Vendo que seria inútil recomendar suas reflexões mais íntimas aos doze apóstolos de seu Filho amado, preferiu silenciar, esperar e orar.
            Sugeriu, com imensa ternura e sabedoria, que Maria de Magdala partisse de Jerusalém de volta a Cafarnaum, no que foi prontamente atendida. 

Livro:   Ignácio de Antioquia – Episódios Históricos do Cristianismo Primitivo
Geraldo Lemos Neto, pelo Espírito Theophorus
                    Vinha de Luz Serviço Editorial


Para mudar o mundo é preciso mudar a si mesmo.

Projeto Saber e Mudar
Aos poucos e sempre.

Estudar e conhecer.
Agir e transformar.

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