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domingo, 26 de junho de 2011

Currículo oculto da violência


Currículo oculto da violência 
Após atos violentos de grandes proporções, como os ocorridos em setembro de 2001, nos Estados Unidos, e o massacre ocorrido em setembro de 2004, na Rússia, o mundo faz uma pausa para lamentar a violência. 
As mídias divulgam fotos que comovem até os corações mais endurecidos e geram revolta e desejo de vingança nas mentes belicosas. 
Mas assim que a imprensa encontra outras matérias com que se ocupar, esses atos caem no esquecimento e só voltam a ser notícia nas retrospectivas de final de ano. 
No entanto, para as pessoas diretamente envolvidas nessas tragédias o mundo jamais será o mesmo, pelo menos o seu mundo íntimo. 
São vidas ceifadas, amores arrebatados, sonhos interrompidos, lembranças marcadas, desespero, saudades... 
E a vida continua... 
E a violência sobrevive, silenciosa, sobre a face da terra... 
E se fala em paz... Nos gabinetes. 
E se fala em combater a violência, fomentando-se guerras. 
Até quando conviveremos com essa triste realidade sem tomar uma atitude que promova a paz? 
Já sabemos que a paz do mundo não se implantará por decretos nem surgirá após a guerra. 
A cultura da paz deve ser uma iniciativa lúcida, tanto individual quanto coletiva. 
É preciso criar uma cultura de paz no nosso planeta. 
Hoje está vigente, no seio da humanidade, o que poderíamos chamar de currículo oculto da violência. 
Existe uma cultura pró-violência muito sutil e que ganha terreno dia após dia, de forma velada e letal. 
É uma forma de cultivo da violência que muitas pessoas não se dão conta. 
Essa cultura está presente no lar, no lazer, nos esportes, nas escolas, nas músicas, nas piadas, nos meios de comunicação, nas canções infantis, nas instituições religiosas. 
Nas instituições religiosas, sim! 
Nas violências que mais estarreceram e estarrecem o mundo, geralmente está presente o componente religioso. 
E isso começa de forma imperceptível, quando um pai de família ou um líder religioso cria barreiras entre os da sua crença e os outros. 
A criança cresce pensando que quem não é da sua crença é pessoa má, que merece ser rechaçada ou evitada, quando não se diz que é demoníaca. 
Isso em nome do Cristo, em nome de Deus, em nome de um ideal, em nome da religião, seja ela qual for. 
O simples fato de se torcer por um time de futebol diferente já é motivo para se criar conflitos... Até mesmo entre pessoas da mesma família. 
Pessoas que se dizem religiosas e atacam outras instituições, dizendo que o único bem que merece esse título é o praticado dentro da sua fé. 
Como se o bem não se bastasse por si só e tivesse que ter uma bandeira religiosa qualquer. 
Briga-se por causa de idéias políticas divergentes... Briga-se pelas mais mínimas coisas. 
Como diz o cancioneiro popular, “chegou a hora da gente construir a paz, ninguém suporta mais o desamor.”* 
E para construir a paz é preciso largar as armas... 
É preciso usar ferramentas adequadas... 
É preciso falar e agir como pacifista... 
Usar termos e idéias que enalteçam a paz e não a violência. 
É preciso adequar a nossa terminologia, numa ação pró-paz. 
Em vez de dizer “lutar pela paz”, dizer “construir a paz”, em vez de “lutar contra a violência”, “fomentar a paz”, em vez de “promover um combate”, “fazer um embate”, em vez de “armas de guerra”, “ferramentas de paz”. 
Ensinar nos lares, nas escolas, nas canções, nas mídias, nas pregações religiosas, que a paz é um desejo comum a todos, não importa a raça, a crença, a posição social. E acreditar nisso. 
Enquanto não agirmos dessa forma, a paz continuará só no discurso, e a violência ganhará forças, nutrida por esse currículo oculto, sutil e letal, que vige silencioso no seio da humanidade. 
Pense nisso! 
Observe o mundo com olhos de paz. 
Faça a sua parte, que o mundo terá paz. 
Mas, pense nisso agora! 
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita, inspirado em entrevista de Raul Teixeira, na cidade de Londrina, em 25/09/2004.

Beijos de luz!

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