CARIDADE SEMPRE
Enquanto vigoravam conceitos religiosos procedentes das mais diversas escolas de fé, os Excelsos Benfeitores da Humanidade, através de Allan Kardec, foram concludentes: “Fora da Caridade não há salvação”.
Caridade não apenas como virtude teologal.
Caridade não somente como diretriz religiosa.
Caridade não implícita como condicionamento de fé.
Caridade pura e simplesmente como norma de comportamento.
A diretriz lapidar por isso mesmo é a síntese de toda a vida de Jesus, em atos, através da exaltação do amor no seu sentido mais eloquente, consoante Ele mesmo o exemplificou.
Quando Hilel, o velho, o nobre doutor judeu do século I antes do Cristo, foi interrogado por um jovem discípulo que lhe solicitou ensinasse toda a Bíblia durante o tempo em que ele se pudesse manter de pé, num só pé, teria respondido o sábio: — “Amai!” Surpreendido ante a resposta sintética e inesperada, voltou a inquirir o moço: — “Bastará só isso? E o restante?” Ao que concluiu o pensador: — “O restante do que se encontra na Bíblia é explicação disso: o amor!”
Parafraseando o inolvidável mestre israelita, poderíamos também afirmar que todas as lições do amor e da sabedoria, a se fixarem soberanas em O Evangelho Segundo o Espiritimo, podem sintetizar-se na Caridade.
Caridade antes da aflição do companheiro de rumo.
Caridade durante o sofrimento do coração ao lado.
Caridade depois de passada a tribulação de quem segue conosco.
Caridade em pensamentos, em palavras e atos.
Caridade silenciosa, atuante, que desculpa e ajuda.
Caridade compreensiva, renovadora, que perdoa e esclarece.
Caridade sempre.
*
Há, no entanto, dentre as muitas conotações de referência à Caridade, migalhas de dever que deixamos desperdiçar em múltiplas oportunidades, descuidados.
Anotemos algumas.
Gratidão aos combalidos genitores nos dias sacrificiais da senectude — dever, e caridade efetiva.
Esquecimento da ingratidão dos filhos invigilantes, tragados pela voragem da insensatez — dever, e caridade de assistência continuada.
Salários dignos aos servidores domésticos e conversações edificantes com eles para que se libertem da engrenagem da ignorância e da rebeldia — dever, e caridade fraternal.
Cordialidade com vizinhos e colegas de trabalho, mesmo difíceis ou irresponsáveis — dever, e caridade da tolerância.
Generosa paciência com parentes da consanguinidade, enfermos e impertinentes — dever, e caridade familial.
Oração pelos perseguidores encarnados e desencarnados como hábito de higienização psíquica — dever, e caridade espiritual.
Pão, medicamento e agasalho àquele que sente necessidade de socorro material, mas oportunidade de trabalhar — dever, e caridade libertadora da miséria.
Muitos falarão em filantropia e ética social, filiar-se-ão a organizações respeitáveis e pomposas, aficionadas da imprensa de propaganda larga, descrevendo a nova mentalidade hodierna. Muitos apresentarão explicações ruidosas sobre deveres sociais e humanos, reprochando tuas atitudes discretas.
Não te detenhas em conflitos desnecessários, mas sobretudo não te esqueças da beneficência e fixa-te na Caridade de Jesus para conosco, caridade sempre nova, sempre atual, sem exigências, sem ruídos, e deixa-te clarear interiormente por essa estrela refulgente, que, brilhando em todos os evos, vem conduzindo o homem a Deus.
Nota:
Tema para estudo: O Livro dos Espíritos — Parte 3ª, Capítulo XI: Caridade e Amor ao Próximo.
Leitura complementar: O Evangelho Segundo o Espiritismo — Capítulo XV: Fora da Caridade Não Há Salvação, ítem 10.
Livro: Lampadário Espírita
Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis
FEB – Federação Espírita Brasileira
Para mudar o mundo é preciso mudar a si mesmo.
Projeto Saber e Mudar
Aos poucos e sempre.
Estudar e conhecer.
Agir e transformar.
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