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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Limitação de filhos

Limitação de filhos


Um assunto que, talvez, a gente precise debater mais, em nossos seminários espíritas, é o que trata da limitação de filhos e, obviamente, como conseqüência da limitação, o uso de preservativos vários com inevitáveis conseqüências para a saúde dos que deles se servem.

A matéria é polêmica até mesmo entre os espíritas. E penso que não deveria ser. A doutrina espírita já firmou sua posição. Não somente na obra principal – O Livro dos Espíritos, como nas obras mediúnicas que complementam o pensamento básico dos Espíritos, exposto por Kardec.

É princípio doutrinário a afirmação de que o acaso não existe; logo a vinda de um filho não é obra de acaso. É sim cumprimento de compromisso assumido antes de nosso mergulho na matéria. Foi na condição de Espírito em preparo de encarnação que assumimos o compromisso de, no momento certo, acolhermos os filhos programados para, juntos, darmos um passo a mais na nossa caminhada evolutiva. Decidimos isso, antes, quando tínhamos visão mais clara da vida, com vistas às nossas necessidades principais na nossa existência próxima.

Eis senão quando, aqui chegados, decidimos adiar o compromisso. Seja para aproveitar melhor a nossa vida social, seja por julgar que a vida está muito difícil, como se não tivéssemos por antecedência conhecimento das dificuldades que naturalmente iríamos encontrar nessa nova experiência. Algumas vezes alegamos dificuldades financeiras esquecidos de que o problema dos filhos é muito mais de Deus que os criou do que daqueles que, provisoriamente, assumem sua condição de pais terrenos.

Alega-se que o uso de preservativos apóia-se no direito ao livre arbítrio, mas livre arbítrio houve, também, antes, no mundo espiritual quando aceitamos a programação estabelecida para nossa existência terrena e exatamente quando tínhamos muito melhores condições de decidir.

É natural que os governos materialistas e ateus desfraldem a bandeira da limitação dos filhos e, mais grave, lutem para que se aprove a lei que autoriza o aborto. Eles desconhecem os princípios em que acreditamos. Eles se preocupam apenas com o que o erário irá gastar para o atendimento dos que nascem em termos de saúde, segurança e educação. Não entendem, nem querem entender a programação divina que usa a encarnação como meio essencial para crescimento do ser humano e aperfeiçoamento do planeta em que vivemos.

Kardec preocupou-se com o assunto e à sua indagação sobre as e leis e os costumes humanos que têm por fim ou por efeito criar obstáculos à reprodução, obteve a clara resposta dos mentores que o ajudaram na codificação do Espiritismo: "Tudo o que embaraça a Natureza em sua marcha é contrária às leis da Natureza."(1)

André Luiz, por sua vez, abordando a matéria, não deixa qualquer dúvida. Sobre os "casais que evitam filhos, mesmo os casais dignos e respeitáveis, sob todos os pontos de vista, que sistematizam o uso dos anticoncepcionais" ele é taxativo:

"Se não descambam para a delinqüência do aborto, na maioria das vezes, são trabalhadores desprevenidos que preferem poupar o suor, na fome de reconforto imediatista. Infelizmente, para eles, porém, apenas adiam realizações sublimes, às quais deverão fatalmente voltar, porque há tarefas e lutas em família que representam o preço inevitável de nossa regeneração. Desfrutam a existência, procurando inutilmente enganar a si mesmos, no entanto, o tempo espera-os, inexorável, dando-lhes a conhecer que a redenção nos pede esforço máximo. Recusando acolhimento a novos filhinhos, quase sempre programados para eles antes da reencarnação, emaranham-se nas futilidades e preconceitos das experiências de subnível para acordarem, depois do túmulo, sentindo frio no coração."(2)

(1) O Livro dos Espíritos, questão 693
(2) Ação e Reação, cap. 15, página 210

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