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quinta-feira, 29 de março de 2012

A obsessão e suas máscaras

A obsessão e suas máscaras 
  É comum no  meio  espírita,  ouvirmos  dizer  que  o  espírito  é  o  próprio  pensamento.  Creio  que  estamos  diante  de  uma  simplificação.
         Provavelmente, os confrades querem dizer que, através do pensamento, o espírito dá-se a conhecer, exterioriza  a  sua  natureza  intrínseca.
         Sem dúvida, através do pensamento, ele influencia o meio à sua volta, moldando o fluido cósmico universal, e produzindo matéria mental  ou correntes de pensamento. 
         Quanto à natureza verdadeiramente intrínseca do espírito, estamos ainda longe de conhecer, assim  como  nada  sabemos  sobre  a  matéria mental. André Luiz diz em Evolução em Dois Mundos que, no mundo espiritual, os estudiosos já sabiam  praticamente  tudo  sobre  o  perispírito  e que se debruçavam, então, sobre o estudo da natureza do espírito. 
         Um dos fatos observados é que a obsessão pode ter início entre  os  desencarnados.  Nos  livros  da  coletânea  André  Luiz,  isso  fica  claro através de inúmeros exemplos de perseguições entre os desencarnados, como se percebe no caso de Antônio Olímpio no livro Ação e Reação. 
         Os processos depressivos são muito complexos, porque vão desde estados de tristeza, mais leves e simples, até aos  mais  complicados  de apatia e total abandono de si próprios. Estão radicados nos chamados processos de adinamia do corpo espiritual ou perispírito, os  quais,  por  sua vez, se originam no complexo de culpa e na falta de cultivo da  fé  em  Deus.  Como   vemos,  pode  ser  um   processo  obsessivo  anímico  (auto-obsessão), provocado por um acontecimento da existência em curso, como por exemplo, os casos de  depressão  que  irrompem  na  menopausa, mas cuja origem pode estar ligada a abortos provocados na juventude. Esse complexo de culpa pode também estar radicado nas vidas anteriores, provocando surtos de depressão periódica. Na maioria dos casos, porém, deve-se  levar  em  conta   o  componente  espiritual,  porque  quando  a mente enferma, naturalmente atrai companhias que estejam na mesma sintonia, na mesma freqüência dos  pensamentos   emitidos.  Temos  aí   o fenômeno anímico-obsessivo, alimentando  o  processo.  Como  lembra  Bozzano,  é  raro  o  fenômeno  anímico   isolado.   Dada  a  facilidade  de acoplamento das mentes em desajuste é mais certo falarmos em ocorrência anímico-espiritual. Nos casos de depressão, deve-se levar em conta a necessidade de evangelização coletiva de encarnados e desencarnados. 
         É preciso sempre lembrar que só o Bem anula o Mal.
As Muitas Faces da Obsessão



Dentre as muitas psicopatologias graves de origem obsessiva, a que afeta a infância apresenta-se mais constrangedora, principalmente quando os desencarnados adversários acompanham a criança e se apresentam espiritualmente no instante do parcial desprendimento pelo sono, fazendo-a recordar dos deslizes morais de ontem, situação em que recuam para o corpo sob pesadelos atrozes, aos gritos e temores e irão instalando as fixações enfermiças pelo quais as futuras perseguições se tornam subjugações.
A criança obsidiada apresenta comportamento diferente, incontrolável, alternando dos estados agressivos aos de quietude depressiva e muitas vezes tentando a autodestruição. Nesses casos o mecanismo terapêutico é muito complexo em face de uma enorme ausência de cooperação consciente do enfermo infantil. O passe magnético é recomendável por envolver o doente em vibração de bem-estar, de harmonia e neutralizam as descargas magnéticas negativas de os alcançar.
Outras perseguições espirituais complicadas envolvem Espíritos vingadores, conscientes de sua condição de desencarnados, que sabem bem o que fazem e se comprazem nisso. O afastamento dessas criaturas não é nada fácil. Dominados pelo ódio, mostram-se intransigentes, irredutíveis, cristalizados de sentimentos e são refratários a todo tipo de tentativa de esclarecimento.
Muitos obsessores são hábeis e inteligentes, perfeitos estrategistas que planejam cada passo e acompanham as vítimas por algum tempo, observando suas tendências, seus relacionamentos, seus ideais. Identificam seus pontos vulneráveis (normalmente na área ligada ao comportamento sexual) e as exploram impiedosos.
Os problemas de saúde física também são campos férteis para semeaduras obsessivas. Como uma máquina nosso corpo se encontra sujeito a desgastes naturais, até porque muitos obsidiados não o usam de forma correta. Nesse sentido os perseguidores do Além exploram sempre à patologia de difícil diagnóstico.
O estado obsessivo procede da intimidade do homem exteriorizando-se em forma de tormentos físicos, mentais e emocionais. Seus ingredientes de causa remontam de vidas passadas de escorregões e quedas morais. Paixões, ódios, fanatismo, avareza e muitos outros fatores são as fontes geradoras da obsessão, que atualmente se constitui num dos mais terríveis flagelos da humanidade.
Visitado pelos obsidiados o Cristo penetrava psiquicamente nas causas da sua inquietude, e, usando de autoridade moral, libertava tanto os obsessores quanto os obsidiados, permitindo-lhes o despertar para a Vida, animados para a recuperação e à pacificação da própria consciência.
Mas o Cristo não libertou os obsidiados sem lhes impor a intransferível necessidade de renovação íntima, nem expulsou, os perseguidores inconsciente, sem fornecer-lhes o endereço de Deus. em qualquer processo de ordem obsessiva a parte mais importante do tratamento está reservado ao paciente. Sua fixação em permanecer no desequilíbrio constitui entraves de difícil remoção na terapia do refazimento. A terapia espírita é a do convite ao enfermo para a responsabilidade, convocando-o a uma auto-análise honesta, de modo a que ele possa destroçar em definitivo suas prevaricações.
Diante das teias das perseguições espirituais, a proposta terapêutica do Evangelho é a única portadora dos elementos da legítima libertação; portanto, o Cristo é o grande libertador a Quem todos devemos recorrer, auxiliando os doentes da alma que transitam, destrambelhados, fora da massa corporal.
Em Sua permanente energia amorosa, cônscio de Sua missão, Jesus ensinou que o mais poderoso antídoto contra a obsessão é o amor, pela experiência da caridade, da abnegação e do acrisolamento dos ideais.
Enquanto as luzes dos archotes culturais parecem esmaecidas pelos desvarios sexuais; pelas substâncias psicoativas; pela sede da posse material a Doutrina Espírita chega ao mundo apontando novos métodos de paz para os que sofrem os ressaibos amargosos da obsessão.
Esforcemo-nos pela vigília constante para que nos libertemos da vergasta das obsessões, no firme propósito de modificação de hábitos e atitudes negativos, ingressando no seio dos valores enobrecedores da vida pela efetiva renovação íntima.

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