Alma fraterna e boa,
se o impulso da prece te abençoa,
quando queiras orar
buscando segurança no Senhor,
faze, em qualquer lugar
o teu louvor ou a tua petição.
A terra inteira é um templo aberto à
inspiração que verte das alturas.
Mas, se quiseres encontrar
o Mestre que procuras,
atende, alma querida,
desce ao vale de lágrimas da vida,
à imensa retaguarda,
onde o consolo tarda.
Ouve a dor da penúria e o pranto da viuvez,
volve à sombra das margens do caminho
e estende o braço forte
aos que vagam sem norte
na saudade do lar que se desfez.
Escuta os que se vão à noite, ao frio e ao vento,
sem poderem contar o próprio sofrimento,
famintos de carinho e compreensão.
Pára, e abraça a criança que o desprezo consome
e a doença extermina.
Pára, e acalenta a nudez, a febre e a fome,
dessa flor pequenina.
Ouve o choro do enfermo que não tem
senão pó, lama e lagrimas por leito
e à guisa de aposento
um canto estreito na terra de ninguém.
Atentamente, anota em torno, os brados
de quem conhece a mágoa no apogeu.
Os tristes corações despedaçados
que a calunia venceu.
Vai onde existe aflição
oferecendo a cada sofredor
uma benção de amor
e aí surpreenderás um divino clarão
que dúlcido irradia
Paz, Bondade e Alegria.
Em meio dessa luz,
escutarás Jesus
enternecidamente,
a dizer-te, no fundo da alma crente :
- Alma querida, vem.
Ouço-te a voz, na prece, em qualquer parte.
Devo, então, esperar-te
na seara do bem,
Chamaste-me, decerto,
Para saber que Deus ama e compreende em ti.
Buscava-me tão longe e aguardo-te tão perto.
Alma boa, eis-me aqui.
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